terça-feira, 7 de setembro de 2010

Teatro: Renascimento do Gênero

   A origem do teatro pode ser remontada desde as primeiras sociedades primitivas, em que acreditava-se no uso de danças imitativas como propiciadores de poderes sobrenaturais que controlavam todos os fatos necessários à sobrevivência (fertilidade da terra, casa, sucesso nas batalhas etc), ainda possuindo também caráter de exorcização dos maus espíritos. Portanto, o teatro em suas origens possuía um caráter ritualístico. No Brasil, o teatro tem sua origem com as representações de catequização dos índios. As peças eram escritas com intenções didáticas, procurando sempre encontrar meios de traduzir a crença cristã para a cultura indígena. Uma origem do teatro no Brasil se deveu à Companhia de Jesus, ordem que se encarregou da expansão da crença pelos países colonizados. Os autores do teatro nesse período foram o Padre José de Anchieta e o Padre Antônio Vieira. As representações eram realizadas com grande carga dramática e com alguns efeitos cênicos, para a maior efetividade da lição de religiosidade que as representações cênicas procuravam inculcar nas mentes aborígines.

  O teatro é o gênero menos desenvolvido ao longo do período modernista. O desencadeamento deste gênero ocorreu durante a 2ª guerra mundial, onde profissionais do teatro estrangeiro chegaram ao Brasil provocando mudanças.

   Destacam-se também alguns autores brasileiros neste renascimento teatral: Nelson Rodrigues (A mulher sem pecado, 1939), Jorge Andrade (Pedreira das Almas, 1958), Chico Buarque (Calabar, 1973) e Ariano Suassuna (Auto da Compadecida, 1959). Um exemplo é a obra o Auto da Compadecida, a peça retoma com diálogos simples e vivos, o famoso “jeitinho brasileiro”.

   Abordando temas universais como a avareza humana e suas amargas conseqüências, por meio de personagens populares, Suassuna, nesta obra, prepara o espectador para um desfecho moralizante conforme os preceitos do cristianismo católico.

   Ariano Suassuna consegue realizar uma magnífica síntese de duas tradições: a dos autos da era medieval e a da literatura picaresca espanhola. Na era medieval, a cultura era indissociável da religião, mesmo porque a Igreja controlava tudo com mão de ferro. A Igreja cultivava os autos dramáticos de devoção aos santos para doutrinar e tolerava os autos cômicos para divertir o povo. A tradição da literatura picaresca espanhola vem da cultura popular e chega ao ápice no Dom Quixote, de Cervantes.

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